Existiam verdades

10:30

Ela sabia que a qualquer momento ele chegaria, ela tinha que se apressar, ela tinha mil e uma tarefas a cumprir, antes daquele sino que anuncia as horas, tocasse incansavelmente informando que mas uma vez ela estava atrasada.
Ela usava seu melhor vestido, aquele tão claro quanto as nuvens do céu, tão leve quanto a neve leve que cai nas manhãs de início de inverno.
Ela sabia que mais um passo, ela não conseguiria cumprir tudo. Mas ela era livre, ela era poesia de riacho e precisava correr. Então, quando nem tinha dado conta, já estava a rodar pelo tímido sol e dentre as flores, seus vizinhos de campos olhavam aquele alegre ser a rodopiar e sempre falavam 'ela não se comporta como deveria' mas ela pouco se importava com rótulos. 
Ao final da estrada ele apontava com sua calça já suja daquela manhã, uma camisa branca e um chapéu. Ele sorriu ao ver sua borboleta rolar por entre a grama.
Chegando enfim perto dela, deitou-se próximo e a tocou os lábios, que riam incansavelmente sem parar. Eles dois eram aquela mistura de duas almas leves, duas verdades escritas. Eles eram duas poesias perfeitas, uma simetria de canção, uma eterna manhã num bosque com sorriso de crianças.
Eles eram eternos enamorados e assim permaneceriam até o último suspiro pareado e terno. Eles eram um só até os últimos dias do universo.


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1 comentários

  1. Ondeee eu curto mil vezes amiga? Arrasou! Seu texto está maravilhoso <3

    Parabéns e Sucesso sempre lindona.

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